Autora: Márcia Kazue Kodama Higuchi / Formato: 14×21 / 112 páginas / Previsão de entrega: final da segunda quinzena de fevereiro. Preço promocional de pré-lançamento.
O que Márcia nos descreve sob um ponto de vista científico é um mundo de dualidades envolvidas no aprendizado e na execução musical. A dicotomia entre razão e emoção; movimento automático e raciocínio, memória e leitura, entre a mão esquerda e a direita.
A quantidade de informações necessárias para a interpretação
de uma peça ou a execução precisa do instrumentista compreendem etapas desenvolvidas em áreas diferentes do cérebro, que precisam ser integradas pelo executante antes de cada nota ou período musical; dentro de um processo entre instintivo e racional. Ao
exercermos estas atividades acabamos por desenvolver outras capacidades, de comunicação, aprendizado e compreensão do mundo de forma mais rica e plural.
Isto não equivale – como poderia parecer – a dizer que o instrumentista é necessariamente mais inteligente do que outras pessoas, posto que isso dependeria de muitos outros fatores aos quais nem sempre o músico atenta; porém indica que você (leitor) será capaz de desenvolver novas habilidades ao dedicar algum tempo ao estudo da linguagem musical.
Percebemos que mesmo uma peça simples pode nos emocionar, e esta é uma das chaves do equilíbrio que torna a música uma fonte inesgotável de magia em nossas vidas. A ciência constatou que ela infere diretamente em nosso sistema límbico, coordenando as
respostas em situações sociais. A reação de espanto de um músico de ópera esperamos que seja bem diferente do jazzista, e este por sua vez difira do músico de reggae. Prevemos em nossa imaginação (com razoável margem de acerto) que o primeiro dará um grito ao
ser estimulado com um susto, o segundo talvez solte um chiado por dentre os dentes, e o terceiro diga algo como “nóóóóóssa” – ao ser surpreendido. A música comanda a maneira como você se veste, sente e interage com outras pessoas. Por isto os adolescentes formam “tribos” tendo como base seus gostos musicais.
Esta leitura certamente será útil, tanto para o músico profissional ou professor quanto para quem deseja se aperfeiçoar no estudo de um instrumento e superar algumas das barreiras que se apresentam pelo caminho. Você poderá escolher
entre usar este conhecimento para se tornar mais inteligente através da música, tanto quanto para tocar melhor e mais facilmente por meio da neurociência.
Boa leitura.
Roberto Kalili
Compositor e comentarista cultural